quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Transformação de enredos de livro em peças teatrais: uma alternativa para trabalhar leituras obrigatórias.


Foi bem interessante o resultado do trabalho interdisciplinar entre redação e história com a leitura do livro “Revolução dos Bichos” de George Orwell. 



1º passo: foi marcado o período para leitura do livro com os alunos.

Enquanto os alunos liam o livro, eu ensinava a teoria do gênero Teatro: seus elementos e estrutura e a professora de história, profª Leila, ensinava capitalismo, socialismo e revolução russa, tal como constava em seu programa.

2º: Estudo do Livro com os alunos.

Na aula de história, o livro foi relacionado ao conteúdo dado, relacionando partes do enredo, situações, comportamentos e valores da história real com a história fictícia (ou seja, a relação entre história e estória)

3º Adaptação do livro

Depois, na turma – já na aula de redação – foi dividida em duas turmas que escolheram uma cena para si, sendo que um grupo deveria escolher uma cena que retratasse a ideologia capitalista e outro que retratasse a ideologia socialista. Cada grupo deveria produzir uma adaptação da cena, transformando-a em uma pequena cena teatral que deveria ser apresentada por eles.




Alunos atuando a adaptação produzida por eles mesmos das cenas escolhidas da obra.

Teatro nas aulas de redação

Ensinar o gênero teatro é na verdade explorar diversos recursos, além do gênero em si. Através dele exploramos

  • Diálogo: a questão dos turnos, a construção da fala, os complementos gestuais da fala (verbos dissendi usados nas rubricas)
Alunos produzindo peças em sala
  • Linguagem corporal: a consciência de gestos, imitação, estudo e observação das ações
Alunos interpretando situações de vida e ações diferentes de sua realidade como um idoso sendo atendido por um médico.

  • A falta do narrador: os alunos enfrentam a dificuldade que é contar uma história sem usar o recurso do narrador e como aspectos periféricos ajudam nessa tarefa, como o cenário, figurino, maquiagem, iluminação e sonoplastia.
Alunos encenando uma cena de "Revolução do Bichos"

  • A finalidade educativa da arte: o riso fácil da farsa, a crítica da comédia, a lição da tragédia.
Teatro com finalidade educativa: como as drogas destroem a vida do viciado e da família
Teatro e a educação pela simpatia  espectadores aprendem  por meio da experiência  dos personagens.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Debate sobre o livro lido: uma alternativa de avaliação

Estava trabalhando argumentação com 6º ano (mesma turma e bimestre do post anterior), quando percebi que faltava a eles o hábito de ouvir e considerar o que outro falava.

Como estava trabalhando argumentação e havia marcado para leitura o livro "Noções de Coisas" do Darcy Ribeiro com ilustrações do Ziraldo (muito bom!), resolvi, ao invés de fazer um teste escrito,  realizar um debate sobre o livro.



Primeiro, pedi no final da aula que antecedia ao debate,  que os alunos escrevessem um pequeno parágrafo sobre a opinião que tinham a respeito do livro (a maioria era uma opinião negativa).

Segundo, organizei, no dia do debate, a sala em um círculo, explique as regras do debate e pedi que anotassem as opiniões que achassem interessantes e diferentes da deles.

Durante o debate muitas observações interessantes foram feitas e fizeram  vários alunos refletir sobre o livro e ver um lado diferente dele, por isso, ao final do debate demonstrei como nossa opinião muda, amadurece, quando ouvimos os outros e pensamos sobre o que ele fala, quando consideramos o que outro fala também.

No final, pedi que escrevessem um texto argumentativo sobre o livro com sua opinião depois do debate. ( Mais da metade dos alunos havia amadurecido (desenvolvido mais) ou mudado de opinião, enquanto metade manteve-se presa a sua própria opinião sem considerar quase nada do havia sido discutido. Avalio com esse resultado, que embora tenha avançado no amadurecimento de alguns alunos no que diz respeito a diálogo e sociabilização e o impacto desse desenvolvimento na aprendizagem da escrita, alguns possuem ainda um egocentrismo muito forte, para o qual a estratégia do debate não funcionou, ou talvez precise ser refinada.

Turma do 6º  pronta para iniciar o debate sobre o livro

Metodologia inspirada no filme Clube de Leitura da Jane Austen de Robin Swicord

Argumentação - 6º ano

A argumentação é uma estratégia textual difícil de ser operacionalizada. Estava trabalhando com uma turma de 6º ano e havia escolhido uma pequena polêmica extraída da realidade deles, o tema era "funk é arte?". No entanto, não conseguia fazê-los perceber o ato de argumentar, pois estavam mais preocupados impor a própria opinião (e não ouvir a do outro), do que na estratégia utilizada para tal. Não havia modo de fazer alguns enxergarem o argumento oposto  como viável ou racional, porque simplesmente gostavam ou não de funk.  Por isso, para ajudar a fazer os alunos do 6º ano "perceberem" a necessidade de se demonstrar um argumento, montei o seguinte plano.

1º- Selecionei uma experiência de ciências bem simples, na qual colocamos uma agulha com uma pinça em copo de água.

(Experiências científicas são ótimos recursos para visualização não apenas de fenômenos naturais, mas também de ações, por exemplo, nesse caso usei uma experiência científica não para demonstrar a tensão superficial, mas para mostrar a necessidade de fundamentar sua opinião com conhecimento sobre o assunto)

2º - Ao preparar o material e a turma para experiência em sala, eu disse o que ia fazer e pedi que anotassem o que eles acreditavam que aconteceria, isto é, que produzissem o primeiro passo de um argumento, a tese, mas que eu prefiro chamar de crença.

(Interessante notar que eles já haviam estudado sobre água em ciências e já haviam visto o conceito de tensão superficial, mas muitos não conectaram o conhecimento de ciências que possuíam ao fenômenos apresentado "descontextualizado", pois afinal de contas - devem ter pensado - estavam em uma aula de redação)

3º - Só depois eu realizei a experiência. Então pedi que comparassem o resultado da experiência com o que tinham escrito antes. Alguns tinham acertado, outros errado. Aqueles que acertaram, em geral,  já conheciam a experiência anteriormente (lembraram da aula de ciências). A partir daí, eu tinha uma situação concreta onde pude trabalhar a diferença entre hipótese e opinião (hipótese é "eu acho" por pura imaginação, opinião " eu acho, porque sei que...")

(a experiência nesse caso foi muito importante porque criou uma situação em que a diferença entre hipótese e opinião tornou-se clara, concreta, para as crianças, pois nesse caso explicar a diferença entre dois conceitos foi explicar o que foi que eles tinham acabado de fazer)

4º - Pedi então para os alunos que haviam dado hipóteses, se eles estavam satisfeitos com a demonstração, se a partir de então eles acreditariam piamente que toda vez que a agulha fosse colocada na água ela flutuaria (e pedi aos que haviam acertado que guardassem o segredo!). Alguns disseram que sim outros não, e alguns manifestaram o desejo de ver de novo. Ao fazer pela segunda vez, propositalmente fiz com que a agulha afundasse.

Alguns,  então, concluíram que não havia resposta correta, então, que poderia acontecer uma coisa ou outra, mas alguns, que já sabiam a causa para a agulha flutuar citaram o conceito de "tensão superficial" que tinham visto na aula de ciências, por isso a agulha boia, mas as vezes, ela funda, pois ela "fura" tensão. A partir de então,  eu pude provar para os alunos que  uma crença  ou uma opinião só tem validade se estiver fundamentada, se tiver um conhecimento que a comprove.

(nesse caso ao fazer a experiência dar errado criei uma polêmica bem concreta, bem real, para que pudessem perceber que sem o conhecimento prévio de ciências, eles não criariam uma ideia, uma opinião convincente)

5º Para finalizar, dividi a turma em grupos e entreguei em segredo uma pequena experiência envolvendo outros fenômenos físicos da água para cada grupo, pedindo que guardassem segredo sobre elas e que preparassem para apresentá-las na próxima aula, quando, então, eu repeti com eles todos o processo de 1 a 4, mas agora cada grupo explicava por conta própria o fenômeno cientificamente.

(e assim fixei os conceitos e o exercitei por repetição a criação de parágrafos argumentativos com tese e argumento)


Alunos anotando suas hipóteses depois de explicado o que seria feito


Alunos fazendo a demonstração
Alunos fazendo as anotações da explicação científica dada pelo colega, para construírem posteriormente parágrafos argumentativos.




*Imagens editadas para preservar a imagem dos alunos.



domingo, 7 de dezembro de 2014

RECUPERAÇÕES

Matéria da prova de recuperação tanto final quanto semestral:

6º ano : narrativa e parágrafo argumentativo

7º ano: relato e poema


8 º ano: texto injuntivo e dissertação

Para estudar, basta clicar nos marcadores acima.

Dissertação

Para relembrar as aulas de dissertação, acesse aqui.

Para exercitar, acesse aqui.

POEMAS


Para estudar mais sobre o gênero, acesse aqui.

Agora exercite um pouco aqui.

Mais exercícios, aqui.

Parágrafo Argumentativo

Para assistir uma vÍdeo aula sobre o tema clique aqui.

Para relembrar o que é e como se faz um parágrafo argumentativo veja aqui.

Para exercitar, faça os exercícios aqui.