O
Brasil inteiro ficou chocado com uma notícia veiculada neste final de semana (09/08).
Um jovem, não identificado, abordou três rapazes em um cruzamento de um bairro
nobre de São Paulo durante a madrugada. Segundo uma testemunha, esse jovem
queria que os rapazes lhe dissessem quem teria avariado o para-brisa do carro
dele. Como os rapazes não sabiam ou não quiseram lhe contar, o jovem entrou em
seu carro, deu a volta no quarteirão e, quando avistou os rapazes no cruzamento,
arremeteu seu veículo contra os três. Saldo dessa tragédia: um morto, outro
ferido gravemente e um terceiro em estado de choque.
Cenas
de violência, sem motivo lógico ou racional, têm se tornado uma constante na
vida de todos os brasileiros. O que não as torna fatos normais ou naturais. Não
há ninguém que, em sã consciência, possa afirmar que isso é normal nos dias de
hoje, porque não é. Não pode ser. Acontecimentos como esses têm que chocar. Têm
que deixar todos revoltados. Têm que fazer reascender dentro de cada pessoa da
sociedade alguma chama ou resquício de humanidade. O ser humano, afinal,
evoluiu do tempo das cavernas; não é mais um bicho-homem, tem que ser homem –
humano – com todas as características dessa humanidade bem à flor-da-pele.
Não
sou médica, terapeuta ou psiquiatra para explicar o que leva um ser humano a
dar mais valor aos para-brisas de um carro, do que a três vidas humanas. Duvido
até, que esses profissionais consigam justificar este ato inominável. Não pode
haver razões para isso, porque não há razão nisso. Há somente violência,
desprezo humano, coisificação da vida humana. A vida já não vale mais que um
objeto para algumas pessoas. Alguns se esquecem de que objetos podem ser
repostos. Vidas humanas não.
Sinto
uma dor profunda quando tomo conhecimento de ocorrências assim. Penso na mãe
que perdeu seu filho por motivo torpe. Penso na mãe do ferido que ainda não
sabe se seu filho voltará a ser o que e quem era antes. Penso na mãe do
sobrevivente que está em choque e talvez jamais consiga ser a pessoa que era.
Um choque como esses deixa sequelas profundas. Não na pele. Na alma.
Por
fim, penso na mãe do monstro. Não há outro adjetivo para ele. O que ele fez é
uma monstruosidade. Não é só crime, é maldade pura. Só monstros cometem
maldades sem nenhuma razão lógica ou humana.
Que
sentimentos estão passando pelo coração dessa mãe? Terá ela consciência da
bestialidade cometida por seu filho? Terá ela dor pelas perdas que ele
provocou? Terá ela capacidade de perdoar aquele a quem gerou, cuidou e educou?
Teria eu essa capacidade? Realmente não sei responder a, pelo menos, essa
última questão. Não sei se conseguiria entender um ato desses, cometido por um
filho meu. Talvez o renegasse. Talvez tentasse excluí-lo da minha vida. Talvez
não o perdoasse.
Uma coisa apenas eu sei. Não o esconderia. Não o acobertaria. Não o ajudaria a fugir às suas responsabilidades. Não lhe daria trégua até que ele respondesse por seu ato criminoso, torpe e bestial. Seria eu o seu primeiro algoz.
Uma coisa apenas eu sei. Não o esconderia. Não o acobertaria. Não o ajudaria a fugir às suas responsabilidades. Não lhe daria trégua até que ele respondesse por seu ato criminoso, torpe e bestial. Seria eu o seu primeiro algoz.
Camila Oliveira
Camila, achei sua crônica muito boa, parabéns, pois você apresentou seus argumentos e opiniões corretamente e o assunto é muito falado no mundo todo, já que preocupa a todos, nos perigos das cidades, então bela escolha, muito bom.
ResponderExcluirCamila, sua crônica está muito bem feita. Parabéns!!! É um ótimo assunto, apesar de triste, que se encaixa muito bem na atualidade, jovens que são mortos, assassinados brutalmente por motivos tão bobos como estes. Você desenvolveu muito bem sua opinião e o seu texto está com as características de uma crônica argumentativa. Você poderia ter usado palavras mais simples de entendimento, mas fora isso seu texto ficou ótimo.
ResponderExcluirQue crônica maravilhosa! Que sensacional! Estou realmente sem palavras! Dês do título à sua última palavra, não encontrei praticamente nenhum erro. Só há uma única coisa que não ficou perfeito: Achei que as orações ficaram muito soltas. Quando uma terminava, você muitas vezes começava a outra já de uma vez. Você poderia ter colocado mais conectivos para ligá-las diretamente e deixar claro a relação de sentido entre elas, assim, você corrigiria este pequeno erro facilmente. Contudo, não tenho muito do que falar, você explorou muito bem o assunto, apresentou perfeitamente sua opinião, e até no título e na escolha do assunto você foi muito feliz. Parabéns!
ResponderExcluirJá em relação à sua opinião, concordo perfeitamente com ela. O homem tem que ser humano, com as características de humanidade à flor da pele. Porém, este "tipo" de ser humano, está em extinção, está morrendo. Não há justificativas para o que aconteceu. Não há razões para uma pessoa tentar tirar a vida de três pessoas por um motivo ridículo desses, o qual não podemos nem tratar como um motivo. "A vida já não vale mais que um objeto para algumas pessoas. Alguns se esquecem de que objetos podem ser repostos. Vidas humanas não."
Camila, um coisa que posso falar é que sua crônica argumentativa, se é que eu tenho a certeza que posso chama-lá assim, ficou muito bom, você está de parabéns com ela. Soube associar bem os fatos, sua opinião foi bem desenvolvida, apesar de ser um acontecimento RIDÍCULO!! O ser humano está "desaprendendo" a viver, a respeitar os valores humanos, e como foi citado de exemplo em seu texto , por um motivo mais bobo, um "ser", que eu acho que não poderíamos distinguir assim, tirou três vidas para "satisfazer" uma revolta boba e simples de se resolver apenas com uma boa discursâo, sem violência, mas como disse, as pessoas estão perdendo a noção de como a vida humana é frágil.
ResponderExcluirConcordo Plenamente com o seu ponto de vista, achei também um acontecimento ridículo, e que poderia ser evitado. Gostei muito da sua crônica, ficou muito boa! Meus Parabéns!!
ResponderExcluirCamila,sua crônica está muito boa! Meus parabéns! Você explorou bastante o assunto tratado na crônica,desenvolveu bastante seus argumentos e opiniões! Bom,mas eu apenas tenho que concordar com você as pessoas estão perdendo a noção, ás vezes até matando pessoas inocentes por motivos bobos que de certo modo podem ser facilmente resolvidos! O mundo hoje em dia está nos deixando assustados!
ResponderExcluirParabéns Camila, sua crônica ficou ótima! Você apresentou muito bem o fato e seu ponto de vista! Esse acontecimento foi ridículo, é um absurdo a falta de valor que as pessoas dão a vida humana e isso deveria ser trabalhado em todas as sociedades, precisamos despertar a humanidade dentro das pessoas.
ResponderExcluirCamila, você está de parabéns, sua crônica ficou maravilhosa, entre todas de nossa turma, foi uma das poucas que em todos os trechos, você desenvolvia opiniões e argumentos, para convencer qualquer um que a esteja lendo. Sobre o assunto abordado, quando vemos jornal, ou lemos ou ouvimos alguma reportagem ou notícia, o que eles mais falam é sobre morte. As pessoas só pensam em matar, podendo ser por um simples fato, como você mesmo disse, nós esquecemos que objetos podem ser repostos mas vidas não. Em outro trecho também concordei com o o que você disse, que todos nós, quando cometemos um erro, não devemos escondê-lo, devemos assumí-lo, arcar com as consequências de nossa falta de responsabilidade. Parabéns!
ResponderExcluirA cronica escrita é da maravilhosa autora Marilza Reis, confira no site http://marilzavernireis.blogspot.com.br/2010/10/passo-passo-da-cronica.html
ResponderExcluirCamila você me surpreendeu! fez uma crônica realmente muito boa e me deixou sem palavras! Deixou sua opinião em cada trecho de sua crônica e obedeceu a cada uma das regras de criação de uma crônica. Este acontecimento é um tanto polêmico pois mostra a falta de respeito e valor que os humanos tem com o próximo. Infelizmente a maioria dos "humanos" não tem senso de decência o suficiente para arcar com seus erros.
ResponderExcluirCamila, gostei muito da sua crônica, tem conteúdo, opinião e organização, usando bem as palavras (de forma simples), infelizmente essa é a realidade em que vivemos todos os dias.
ResponderExcluirOtávio Lopes