E os bons costumes? Cadê nossos exemplos?

Os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) voltaram a trocas agressões verbais nesta quinta-feira (16) no segundo debate entre presidenciáveis do segundo turno, o qual foi organizado pelo portal UOL e pela rádio Jovem Pan e transmitido pela SBT. Nele, o tom, a falta de educação e as agressões verbais foram semelhantes ao debate da última terça-feira (14), assim como de toda campanha, em que ambos se atacavam pesadamente e mutuamente.

No debate desta quinta, o presidenciável tucano disse em várias passagens que Dilma "mente" e que a campanha dela produz ofensas contras os adversários. "Quem mente é o senhor", respondia a presidente, candidata à reeleição... E nesse ‘nível’, nesses ataques, seguiu-se todo o debate, sempre um atacado ao outro, ao invés de apresentar e debater suas propostas.

Bom, não venho aqui para me posicionar em relação a algum candidato, atacar algum presidenciável (diferentemente dos mesmos) e muito menos fazer campanha, até porque, diante dessas lamentáveis e deploráveis campanhas dos candidatos, se tivesse título, não votaria em ninguém. Venho na verdade falar e consequentemente me posicionar, é do quanto é inadequado, desprezível e indigno de presidentes, exemplos para a população, suas respectivas campanhas. Estas são provas de que realmente os bons costumes já acabaram, já que até as pessoas que deveriam ser vistas como símbolos de um povo, exemplo dos bons costumes, estão nos envergonhando nacionalmente ‘jogando sujo’ e assim, ganhando votos a qualquer preço.

Infelizmente, os nossos candidatos a presidente, nossos futuros governantes, se preocupam e ficam mais felizes, tirando votos de seu opositor e não ganhando voto para si, ficam mais felizes com a desgraça da oposição do que com o sucesso próprio. E por isso transformam os debates, eventos em que eles deveriam apresentar e debater suas propostas, demonstrando que a sua é melhor para o país, demonstrando que ele é o melhor para o país, em verdadeiras arenas de luta, a única a diferença, é que nas tradicionais, a agressão é física, nos debates, ela é verbal.

As campanhas políticas tornou-se um meio de denegrir a imagem do próximo, de ferir o seu opositor, deixando de ser uma forma de apresentar ao povo o porquê de se votar nele, para tornar-se em uma forma de apresentar ao povo o porquê de não se votar no opositor.

Pelo menos algo bom em meio a isso tudo, uma forma de, no mínimo amenizar o problema, aconteceu: O TSE proibiu nesta quinta-feira os ataques em horário político. Assim, os presidenciáveis estão obrigados (pena que tiveram que ser OBRIGADOS) a agir com bons modos, como verdadeiros e bons candidatos, apresentando e debatendo suas propostas ao invés de atacar a oposição.

Portanto, só me resta parabenizar o TSE, o qual agora impede os candidatos a fazerem mais vergonha  diante sua nação, e ‘parabenizar’ ao PT e ao PSDB e aos marqueteiros de suas campanhas. Os quais treinam seus candidatos para atacar acusação com acusação, ofensa com mais ofensa, transformando o cenário político em um ringue de lutas, fazendo com que a classificação indicativa dos debates devesse ser para os acima de 14 anos, e não livre para todos os públicos.

E agora fico me perguntando: Se a ignorâncias dos candidatos é tamanha a ponto de fazer campanhas como essa, como será o governo dos mesmos? Onde estão os bons costumes? Que exemplos para a sociedade estão dando nossos presidenciáveis? Onde vamos parar deste modo, onde cada vez mais a sociedade inverte seus valores?

Em meio a tantos questionamentos, tantas reflexões, só acho reposta para o último: Somente não estamos  indo para o fundo do poço, pois o poço que estamos nos enfiando, começando pela campanha e compostura de nossos candidatos a presidentes, não tem fundo.